Presos por furto de luvas vão responder em liberdade

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Foto: Polícia Civil (Divulgação)

Dois homens presos na manhã de sábado em Santa Maria, com uma carga de 450 caixas de luvas cirúrgicas furtadas da Secretaria de Saúde de Imbituba (SC), foram soltos na manhã deste domingo. A informação foi confirmada pela Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA).

Os investigados têm 39 e 34 anos. Eles foram soltos para responder inquérito em liberdade por peculato e receptação. A Justiça acatou os pedidos de relaxamento de prisão solicitados ainda no sábado pelas advogadas Caroline Brondani e Andyara Ludovico. 

"Após ter sido decretada a prisão de ambos, foi protocolado, ainda na tarde de sábado, pedido de relaxamento da prisão em flagrante, pois no entender da defesa, restou caracterizada hipótese de ilegalidade durante o procedimento" disse, por escrito, a advogada Andyara à reportagem (leia a nota na íntegra abaixo).

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A delegada titular da Draco, Alessandra Padula, afirmou que o argumento de ilegalidade é das advogadas.

- O argumento não foi aceito pelo Poder Judiciário, tanto que o flagrante foi homologado. Já o Ministério Público (MP) opinou pela decretação da prisão preventiva, principalmente pelos antecedentes do homem de 39 anos e algumas condenações; e opinou pela substituição da prisão preventiva do homem de 34 anos por medidas cautelares, tendo em vista que ele não possui antecedentes. Portanto o flagrante foi absolutamente legal - disse a delegada.

O homem de 39 anos era cargo de confiança da Secretaria de Saúde de Imbituba. De acordo com a delegada Alessandra, ele confessou que havia furtado as caixas de luvas com a ajuda de outro servidor lotado na prefeitura da cidade catarinense. Ainda de acordo com a titular da Draco, ele tem passagens pela polícia por furto, roubo, extorsão, porte de arma, receptação, ameaça e organização criminosa.

O homem de 34 anos, preso em Santa Maria, seria o receptador dos produtos furtados da Prefeitura de Imbituba. Ele, que trabalha com instalação de ar condicionados, iria adquirir os materiais para revender na rede de saúde local.

AS EXONERAÇÕES
Ambos foram exonerados dos cargos ainda no sábado, assim chegaram ao conhecimento da secretária de saúde Graciela Weimes Ribeiro. Ela ordenou que fosse realizado um levantamento no almoxarifado da pasta para verificar se houve furto de outros materiais.

- Tão logo tomei conhecimento dos fatos, exoneramos ele e outro servidor apontado por envolvimento no furto. Também fizemos um boletim de ocorrência na polícia de Imbituba para que o caso seja investigado. É muito difícil para nós. É um momento bastante complicado ter que passar por tamanha falta de honestidade - declarou a secretária.

O QUE DIZ A DEFESA
A defesa dos dois investigados enviou uma nota para a reportagem. Veja o que diz:

"A respeito do suposto envolvimento de nossos clientes nos fatos ocorridos na manhã de ontem, a defesa destaca que algumas informações constantes no inquérito policial não se coadunam com a realidade dos fatos, o que será devidamente demonstrado no decorrer da instrução criminal.

Estamos cientes de que essas circunstâncias que foram noticiados até o presente momento são oriundas dos elementos probatórios colhidos na fase inquisitória, cuja etapa do processo criminal não abrange o contraditório e a ampla defesa.

Ademais, após ter sido decretada a prisão de ambos, foi protocolado, ainda na tarde de ontem, pedido de relaxamento da prisão em flagrante, pois no entender da defesa, restou caracterizada hipótese de ilegalidade durante o procedimento.

Sobreveio então decisão judicial decretando a soltura de ambos, uma vez que as condutas supostamente praticadas não preenchem os requisitos ensejadores da prisão cautelar, motivo pelo qual foi deferida a liberdade provisória. Inexiste, portanto, supedâneo fático capaz de ensejar a manutenção da prisão dos envolvidos.

Após a concessão da liberdade, os suspeitos foram até a Delegacia com o objetivo de reaver seus pertences, sendo este um procedimento de praxe, especialmente porque um deles não reside em Santa Maria e necessita retornar à sua cidade.

A verdade é que, neste momento, o julgamento precipitado apenas torna o fato que já é bastante delicado ainda mais doloroso para todas as partes envolvidas. Nesse aspecto, confiamos no trabalho investigativo e vamos aguardar a conclusão do inquérito. No mais, buscaremos todos os mecanismos legais a fim de garantir a aplicação de todos os direitos e garantias.

De todo modo, estamos confiantes de que tudo será devidamente esclarecido, pois ambos irão colaborar e permanecerão, à disposição da justiça para elucidação dos fatos".